segunda-feira, 25 de maio de 2009

A construção do outro!!!

E aí você tem cultura???


Ao longo dos séculos o significado da palavra cultura mudou muito, por exemplo, o seu primeiro significado se referia ao cultivo da terra, depois cultivo da mente humana, quando através do Renascimento o homem passou a ser o "centro do Universo". Até hoje temos uma idéia errada de cultura.
É muito comum escutarmos a seguinte pergunta: "Você tem cultura?" E relacionarem isso a ter um conhecimento da literatura, das artes, da música erudita. Porém ter cultura não significa ter esse tipo de conhecimento, todo mundo possui uma cultura, vive em um grupo e compartilham experiências, costumes e tem a sua forma particular (dentro do grupo) de representar a realidade. Cultura é um conjunto de práticas significativas de um determinado grupo.
Não existe um cultura superior a outra. Todas elas têm a sua importância.
Por isso é necessário valorizar a cultura de cada aluno, cada conhecimento adquirido em grupo, com a família, não podemos ignorar esse saber e ele deve estar presente ajudando a fazer o currículo, que é um meio de transmissão e construção de conhecimento e de cultura.
O currículo deve ser um meio de criação, contestação, transgressão e para que isso ocorra é preciso que saibamos nos respeitar nas nossas diferenças.


Referências Bibliográficas:

CANDAU, Vera Maria e MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa. Currículo, conhecimento e cultura. p.26 - 30.

Currículo: O coração da escola

Legenda da foto: "Não penso, não existo, só assisto!!!"


Primeiramente devemos pensar o currículo como um instrumento de socialização de conhecimento. Como o coração da escola, por isso todos devem participar da sua montagem, as autoridades da educação, coordenadores pedagógicos, professores, pais e alunos.
O currículo, ou melhor, a concepção do currículo muda de acordo com o período histórico que se vive, os interesses políticos, econômicos, sociais e culturais. Todos esses fatores influenciam diretamente na formação do currículo, o que em muitos casos pode torná-lo extremamente excludente, principalmente nas classes populares.
O conhecimento deve ser um bem de todos, porém podemos observar que não há um verdadeiro interesse das autoridades em melhorar o ensino das escolas públicas, estas que por sua vez também são direcionadas a classes de alunos totalmente diferentes, pois existem escolas públicas onde só os alunos de classe média para cima estudam. Para muitos governos não é "jogo" investir nas escolas, nos currículos, para que os cidadãos não tenham um conhecimento crítico com relação à política, à sociedade e para que não consigam uma mobilidade social e com isso os políticos permanecem onde estão.
Quando eu falo em investir no currículo não me refiro apenas a um papel com os conteúdos que serão trabalhados nas escolas, mas também a infra-estrutura da escola, a proposta que esta tem na formação dos alunos, os objetivos a serem alcançados, o currículo deve ser o conjunto de experiências vividas e empregadas na escola.

Existe um tipo de currículo, chamado "oculto" que não está relacionado apenas à escola, mas também a mídia, a prisão, entre outros. É como se em nossa vida tudo precisasse de um currículo para funcionar.

Na escola o currículo oculto é transmitido através das relações sociais desta, no incentivo a chamar a professora de "tia", na maneira de formar em fila indiana, sentar com "perninha de chinês", a forma de arrumar as carteiras na sala de aula um atrás do outro para que não se vejam frente a frente, o uniforme, como meio de igualar inibir a forma de se expressar e pensar do aluno, já que ele deve ser igual, nas visões de famílias que são produzidas nos livros didáticos, que muitas das vezes são totalmente diferentes da realidade dos alunos. Em tudo isso o fator mais forte é que tipo de indivíduo a escola que formar e que tipo de objetivo é mais interessante a este alcançar, se é o vestibular, um ensino mais técnico ou mais reflexivo...
Também existe o currículo de mídia, mas o que ele significa de fato? Ele existe primeiro para organizar os programas, mas também para definir que mensagem este vai passar para os telespectadores, que tipo de público vai abranger o programa, qual o objetivo dele... Muitas das vezes em que assistimos à televisão, seja a uma novela, a um tele-jornal, a um desenho infantil não nos damos conta desses aspectos e muitos programas têm como função alienar e apelar para a emoção do público, sem fazer diferença na vida de quem está assistindo. Quanto mais oculto, menos percebemos que ele existe e acabamos por encará-lo como natural.

Por fim, o conhecimento é o elemento central do currículo, por isso este deve ser um meio de socializar esses alunos, de transformar a curiosidade ingênua destes para um conhecimento epistemológico. Deve ser instrumento de recuperação da precariedade do ensino, das diferenças sociais, para torná-las pelo menos mais amenas e dê meio para os alunos com a ajuda dos professores, da comunidade, transformarem as suas realidades.


domingo, 3 de maio de 2009

O que é um portfólio?

O que é um portfólio?

O portfólio pode ser caracterizado antes de tudo como um processo de construção de conhecimento, uma espécie de diário, um lugar onde os alunos vão poder expressar, publicar, suas produções, trabalhos, textos, ou seja, vão poder registrar tudo o que foi aprendido e construído em um determinado período de tempo.

Esse portfólio funciona como uma avaliação formativa e se diferencia da prova por uma proposta de querer construir o processo de aprendizagem do aluno. Por isso é tão importante que o aluno produza e não apenas reproduza um conteúdo que lhe foi apresentado.

O aluno através do portfólio vai produzir o seu trabalho em um blog, por exemplo, e será orientado pelo professor, com isso o educador e o aluno terão noção de como a aprendizagem está acontecendo de fato.

O que chama a atenção é que o portfólio é uma avaliação democrática, uma troca entre o professor, o aluno e a turma. O primeiro orienta, o segundo produz e o terceiro aprende com as experiências dos colegas. Ele é democrático no sentido em que todos são essenciais para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça.

O portfólio também é uma oportunidade que os alunos têm de ver como são capazes de aprender, de serem criativos e também de refletir sobre a aprendizagem deles próprios, é uma auto-avaliação, pois ao mesmo tempo em que eles são capazes de “materializar” os seus conhecimentos, acabam também desenvolvendo uma capacidade crítica sobre si, vendo onde podem melhorar, buscar mais, ir além e serem críticos até mesmo sobre o conteúdo, se estão aprendendo ou se não estão. Só assim ele será capaz de ver o quanto sabe, será também capaz de buscar vôos mais altos!

É importante citar que o portfólio é um trabalho individual, onde o aluno é o sujeito, o criador, cada um a sua maneira vai se expressar e colocar o que foi entendido, dúvidas, criações, do seu jeito, isso é claro orientado pelo professor, mas também é importante que esse trabalho fique exposto para a turma, para que esta possa partilhar os conhecimentos, experiências e para que possam crescer juntos.

Não podemos esquecer que nenhum aluno entra na sala de aula, sem uma história, sem uma cultura, por isso no portfólio não constará apenas o que foi aprendido na escola, mas o que está fora dos muros desta, as experiências dos alunos também devem ser levadas em consideração.

Por fim, todo saber deve servir para o aluno não só aprenda conteúdos, tenha uma carreira ou passe no vestibular, isso é importante, porém mais importante é levar esse aluno a transformar e a dar sentido a sua aprendizagem, a sua vida e o seu meio.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Escolhi esse texto para iniciar o blog, pois o próprio título se refere a transformação e é isso que devemos fazer em nossa sala de aula, não apenas aplicar o conteúdo em si mas problematizá-lo ou melhor contextualizá-lo para que ele tenha sentido para os alunos, para que assim eles possam transcender e transformar o meio em que vivem!!!
Sejam bem vindos e sintam-se a vontade para postarem as suas opiniões!!!
Besos a todos!!! :D
"O pobre sabe, mas nem sempre sabe que sabe. E quando aprende é capaz de expressões como esta que ouvi da boca de um senhor, alfabetizado aos 60 anos: "agora sei o quando não sei".(...) O senhor fez os pobres conquistarem auto-estima. Graças ao seu método de alfabetização, ele aprenderam que "Ivo viu a uva" e que Ivo viu e não comprou é porque o país não dispõe de política agrícola adequada e nem permite que todos tenham acesso a alimentação básica". Frei Betto se referindo à Paulo Freire.